Victor encheu uma bochecha e fez um biquinho com cara de emburrado, fingindo ficar chateado com a reação de Arslan, mas pobre coitado de nosso herói que não sabia que era por puro escárnio novamente - Pfff- hahahahaha! Você devia ter visto sua cara!! Hahahaha... AI ai, calma... eu não mordo... a não ser que goste heroizinho! -  Provocou ainda mais passando sua unha comprida e extremamente bem cuidada com esmalte vermelho.

Enquanto terminava de se arrumar Sanchu foi acudir Arslan que estava a ponto de pirar - Calma Arslan, esta é a Victória! Mas como o Capitão não aceita a personalidade do filho, só o permite sair de seus aposentos com roupas de homem e como Victor Pança! Eu o havia ajudado a escapar como Victória, mas ela decidiu ser clandestina... Agora vai ter que ser Victor até sairmos daqui, pelo menos na frente dos demais, entendido?! - Explicou o doutor, antes de repreender Victória (ou seria Victor?) que assentiu - Ta bom, tabom... -  

- Agora descansem até o sol raiar, acho que ainda temos algumas poucas horas! Tome Victor, seu florete, uma vantagem de estar assim é que o capitão permite você lutar como sabe de verdade... Bem descansem e se apresentem de manhã. Vamos começar nossas atividades em Conomi! - Ordenou o superior antes de sair da tenda.

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Na manhã seguinte, novamente os marujos estavam em formação em um quadrado com diversas filas, ficando os lugares vagos bem na frente, para Arslan e Victor. Logo Sancho surgiu na frente de todos acompanhado de Sanchu e os garotos - Graças a esses dois bravos habitantes de Conomi conseguimos informações importantíssimas! Nós vamos aproveitar da vistoria que fazem na vila deles, para desviar as atenções enquanto vamos preparando o acampamento! Para isso vamos formar montar uma equipe de assalto e divergência de atenção! Os soldados chamados deem um passo a frente. Brat da Silva! José Carlos Urubu! Arslan Dain! Victor Pança! - Ele deu um tempo enquanto encarava com raiva para a dupla de jovens, enquanto Victor o encarava de volta com olhar raivoso.

Então continuou - Vocês devem escoltar esses jovens de volta para sua vila e lá prepararem uma emboscada para o responsável por checá-la! Vocês partem em 20 minutos! Os demais voltem para o trabalho, vamos aproveitar o tempo que eles vão suar sangue para conseguir! -  Esbravejou no final, bateu a perna de pau no chão e voltou para dentro de sua tenda. Sanchu veio ao encontra do grupo e os entregou a guarda dos garotos e logo vocês partiriam para o local onde Brat havia escondido o barco que usaram para chegar ali.

Controle:

Arslan despertava com o lembrar de algo muito marcante para ele, talvez o ápice de drama de sua vida até o momento, mas antes mesmo que pudesse dar bom dia, olhou para o lado e viu Victor sentado na cama. Os cabelos amarrados em "maria chuquinhas" novamente. Um pequeno espelho quadrado observando o rosto, belo e delicado, ele realmente poderia se passar facilmente por uma mulher. Após alguns instantes, fechou o senho com desconforto e desfez o penteado, guardando o espelhinho.

Assim que Arslan disse bom dia, a face de deboche e provocação voltou a Victor - Bom dia bela adormecida! Nossa, como você consegue acordar bonitinho assim? - disse e nessa última parte parecia ser sincero.

...

O grupo chegou a uma praia e tirando diversas folhas de vegetação praieira de cima, revelaram o bote que Brat havia escondido. Juninho então tirou um pedaço de papel dobrado de seu bolso, com certa dificuldade, pois sua calça era um pouco apertada por conta de seu tamanho. Então desdobrou e revelou o mapa de Conomi Islands bem desgastado - Seguinte chefia sangue bom, não vai me dar uma pedrada em... hehehe! Ta vendo aqui esse caminho, a gente tem que evitar ele, por que aquele maldito peixe cabeludo sempre vem por aqui! Então é melhor contornarmos essa ilha e voltar para a vila o mais rápido possível por aqui! - Explicou ele mostrando o marcado de vermelho como o caminho a se evitar e o amarelo ao se seguir - E é melhor irmos rápido, pois quando o sol estiver ali mais ou menos ele costuma chegar. -  completou.

Eles seguiram pelo caminho do garoto, Brat remou o tempo inteiro para que chegassem rápido e já na vila, puderam ver como era uma vila simples de pescadores, agricultores e pessoas mais simples. Deveriam haver cerca de uns 40 - 50 habitantes no máximo ali. Juninho novamente explicou, que o maldito peixe cabeludo vinha do mar, de uma praia ao oeste da ilha. Todos quando dava meio dia juntavam os tributos e eles os contava. Se fossem armar uma emboscada, teria que ser por lá, ou na praia ou enquanto ele está distraído.

Logo Jorginho puxou a manga do amigo e encarou Arslan emburrado - Mas você acha que eles iam permitir isso? Você sabe como eles tem medo... - Ele se referia aos habitantes da vila, que logo que viram os marinheiros já começaram com as conversinhas e cochichos. Eles não tinham muito tempo, tinham que preparar da melhor forma possível a armadilha e ao que parecia, fazer com que os habitantes colaborassem.

Controle:

Quando Arslan falou, todos arregalaram os olhos e se voltaram para ele. Então após ouvir sua explicação assentiram com a cabeça, com exceção de Victor que abriu um sorriso malicioso, mas não disse nada. Mas mais surpreendente do que o garoto tomando a iniciativa ali daquela forma, foi ele tirar o pedaço de jornal do bolso e ir até os moradores para lhes assegurar confiança.

- Caraca muleque, esse é tu mermo?! Juninho, eu sei que tu falou que na sua idade a gente fica forte, mas não sabia que era tanto!!! Então tu conseguiu mesmo dar uma bica naquele peixe cabeludo???? - Disse agora jorginho, com a cabeça enfaixada, muito animado. Logo os moradores cochicharam em conversas paralelas, ao que parecia debatendo em como deveriam agir. Os dois garotos acalorados, brigando com os mais velhos e a tensão ainda pairava no ar.

Juninho voltou até os marinheiros e disse - Eles vão concordar, se vocês fizerem parecê que a gente num tem nada coisso! Entendeu, chefia? Se der ruim, nóis bota vocês no fogo mesmo, por que esses homem-peixe são vingativo pra carai! - Disse ele, esperando a afirmativa dos marinheiros. Quando a obteve, saiu para se juntar aos moradores no preparativo para o pagamento dos tributos.

O peso que carregavam nas costas era grande, pois o povo da vila depositaria a confiança frágil deles na marinha. Essa confiança já era um elo todo trincado que o povo da ilha como um todo deveria ter com a marinha que não os resgatavam desde que esse inferno começou.

Decididos em emboscar na praia então, algumas centenas de metros a frente da entrada da vila, onde a coleta dos tributos seria feita. Não havia nada além da areia do mar e o mar. Sem cobertura nem nada. Foi então que Victor teve uma ideia e compartilhou com o grupo - Porque não nos enterramos na areia em um local específico e colocamos um chamariz? Talvez alguém deitado e fingindo de morto, de forma que traga ele para essa área onde saltamos da areia e o surpreendemos todos de uma vez...!!! - terminava batendo uma mão fechada na palma da outra.

Controle:

O grupo de marinheiros tomou seu tempo para se preparar e quando Arslan sugeriu que ficasse de isca, Victor estremeceu e disse - E eu vou ter que ficar enterrada na areia?!! - Ele foi bem relutante de ser um dos que se enterrariam na areia, mas em algum momento fora vencido e logo os três estavam se enterrando e ficando preparados. Arslan pode pensar ali enquanto ficava sentado na areia, em meio a seus temores, mas a agradável vista do marzão do East blue que banhava aquela prainha. Por que simplesmente não tombaram a canoa de ponta cabeça e se esconderam ali debaixo? Mas agora já não dava mais tempo de fazer nada.

Percebeu primeiro uma cabeça surgir ao longe da água. Então ela sumiu novamente e o movimento rápido por debaixo d'água pode até mesmo ser visto pela superfície. Algo de certa forma grande se movia por ali. e foi então que lentamente um corpo humanoide foi se revelando, a luz do sol batendo na cor azulada, que pela humidade parecia brilhar e cintilar. As pontas dos tentáculos que pareciam cabelos, pareciam brilhar com a diferença de tonalidade. Barbatanas em seu antebraço. A cor mais branca que ficava no rosto e peitoral desnudo, apenas com adornos como roupas e uma espécie de saiote.


Ele parou a cerca de uns 20 metros de Arslan, bem a beira mar, com as ondas quebrando em seu calcanhar. Ele coçou o queixo e observou o garoto loiro que se tremia ao ponto de bater os dentes. Nesse ponto Arslan já estava de pé. Então a figura se abaixou e pegou um pouco de água com a mão, sem tirar os olhos de Arslan. Arrumou uma postura e fez um movimento de jogar água em Arslan. Algo aparentemente inofensivo, parecia uma espécie de brincadeira. Porém o que veio a seguir, mudaria as coisas completamente a visão do garoto.

O punhado de água veio em sua direção em uma velocidade absurda e o acertou bem no meio do peito, pesada como se houvessem jogado um peso contra o rapaz, que foi projetado vários metros para trás e rolou na areia. O ar se recusava a permanecer em seus pulões, deixando ele alguns segundos com falta de ar. E a dor no peito como se tivesse levado um golpe.

Com a vista turva, viu o tritão dar passos sem pressa em sua direção e quando chegava perto do local onde o garoto estava sentado anteriormente, os três marinheiros saltaram da areia e o atacaram em conjunto. Brat de um lado e Zeca do outro, Brat com um soco e Zeca com um porrete. Enquanto pelas costas se levantou Victor com seu florete que parecia uma agulha.

O soco o acertou nas costelas, já o porrete se espatifou na cabeça dele. O tritão não mexeu um centímetro com aqueles golpes, porém as estocadas que vieram de suas costas que acertaram o ombro direito por trás e depois sua coxa esquerda também de suas costas. Fizeram seu rosto se contorcer e revelar os dentes serrilhados - SEUS HUMANOS MALDITOS!!! -  

Após esbravejar ele agarrou Brat pelo punho e o jogou contra Zeca, fazendo os dois irem longe também e finalmente se pôs de frente para Victor - Vou alfinetar meus dentes com essa sua agulhinha ai, depois de comer sua carne... E olha que eu costumo ser super educado!!! -  Disse.

Dados combativos:

Controle:

Aquele tritão agarrou a espada de Victor, talvez ela fosse realmente alguma espécie de agulha gigante e não ter  fio nas laterais. Mas ter dado as costas para Arslan era um erro que o tritão sofreria por ter feito. O garoto se recuperou, quando conseguiu as forças de volta em seus membros, disparou mais rápido do que nunca havia antes. Areia foi projetada como uma cortina em ambos os lados, pelo caminho formado por aquele borrão amarelo passando em alta velocidade.

No meio desse avanço o rapaz sacou a espada, que não sacava desde sua última luta. No momento em que sacou, o tritão pareceu perceber algo e arregalou os olhos, mas Arslan era rápido demais para que ele reagisse ali. Arslan apareceu ao lado de Victor, alguns metros a frente, pois derrapou na areia com a frenagem do movimento. Mas além de Arslan, ao lado de Victor apareceu também um braço, mais especificamente uma mão até a altura do bíceps, que caiu e teve alguns espasmos no chão enquanto molhou areia com sangue.


- AAAAAARGH!!! - Exclamou o tritão pelo choque e pela dor daquele ataque e o choque de perder um membro. Ele então jogou Victor contra Arslan, evitando o segundo golpe e começando a correr de volta para o mar, com uma mão aparando o ferimento que não parava de sangrar. O desespero estampado em sua face, corria sabendo que a vida dependia disso, aterrorizado com aquele garoto, enquanto balbuciava - Ele... Aquela espada... ela vibra igual o oceano... oque está acontecendo? -

Victor apesar de ser arremessado, havia sido pego por Arslan e colocado no chão, estava tão surpreso quanto o tritão com as capacidades de Arslan, era muito superior ao que ele tinha presenciado no treino. O estado daqueles piratas realmente podia ter sido feito por ele. Mas mesmo em meio a seu espanto e confusão, ele gritou para o garoto - ELE ESTÁ FUGINDO!!! -

Dados combativos:

Controle: