Era a segunda ilha que visitava em pouco tempo, mas dessa vez não sabia nada além do nome do local onde era mandado. O Arquipelago Batoshi. Deixava Flevance com o gosto amargo na boca de não ter terminado tudo que queria na cidade, na verdade tinha deixado a cidade com mais pontas soltas do que quando havia pisado nela pela primeira vez. Havia sido mandado para Grand Line como que em uma punição, mas não era eu quem deveria ser punido....sim o governo daquela ilha corrompida.

Respirava fundo a perspectiva de chegar a uma ilha formada por quatro outras menores, sem saber onde ir ou o que fazer a partir de agora, apenas descansado e com a certeza de que Batoshi seria mais proveitosa do que Flevance me decidia a ao menos aproveitar aquela ilha da melhor forma que conseguisse enquanto estivesse ali. Aquela seria apenas a primeira ilha de muitas que apareceriam em meu caminho enquanto estivesse na Grand Line. Procurava na ilha alguém ou algo que pudesse me indicar um caminho ou novas ordens a seguir. De todo modo carregava comigo a certeza de que não seria a ultima vez que veria Flevance com meus próprios olhos.

Controle:

Estar naquela ilha não fazia nenhum real sentido para mim. Pensava em como explorar a ilha de Batoshi, mas a própria marinheira que vinha a minha porta parecia deixar claro que as coisas não seriam tão fáceis assim. Estava tão perdida e parecia ter tanto medo de me encarar nos olhos que faltava pouco para simplesmente derrubar toda a pilha de papeis que carregava no chão. Encarava aquela garota com desprezo, sabia que ela fazia apenas o seu trabalho, mas não podia deixar de repudiar a mentira que ela dizia para mim.

Sozinho do pequeno quarto onde eu estava, tinha apenas a certeza de um endereço para onde ir e um quarteto de ilhas estranhas para explorar. Como não tinha vontade alguma de explorar qualquer lugar daquelas ilhas não encontrava ideia melhor do que pegar o endereço do quartel e caminhar lentamente até ele. Talvez, lá eu conseguisse alguma coisa nova para fazer.

Controle:

O calor era intenso naquela ilha, mas o sol ardia de uma forma especial. Não era apenas o suor que se acumulava por debaixo do uniforme que usava, não era a calmaria do vento que nem ao menos agraciava minha pele, era de um ardor que começava a machucar e me motivava a passar o mínimo de tempo possível debaixo daquele sol escaldante. Por sorte sabia para onde ir e por mais sorte ainda eu não demorava para desvendar aquele código que me era entregue.

A ilha não tinha pessoas amistosas, preferia assim pois facilitava minha chegada até a pensão que me abrigaria. Nada luxuoso, mas já estava acostumado em dormir em locais como aquele. Não por necessidade, mas por facilidade. Era muito mais fácil passar despercebido em uma ilha se você dormia em um lugar como aquele do que em um hotel de luxo, ricos chamam atenção, pessoas medíocres nem tanto.

Com uma mochila sendo carregada por sobre um ombro, onde carregava absolutamente tudo que tinha de valor, entrava naquela pousada. Aparentemente era utilizada por membros do Governo Mundial, membros que pareciam tão verdes quanto eu naquela ilha. A minha frente estava uma garota com aparência desinteressada e mascando um chiclete. A encarava de cima a baixo enquanto desejava que tivesse outra pessoa para me atender, infelizmente não tinha.

- Sou o Agente Arthur Lawrence, acabei de aportar na cidade. – Falava com a garota, me apresentando formalmente enquanto depositava o bilhete no balcão a minha frente. – Pode me dizer onde é meu quarto e como posso chegar ao quartel do Governo? -

Controle:

Conforme esperada a recepcionista era um tipo de pessoa que eu não gostaria de ter de lidar mais do que eu fosse obrigado para isso. Entendia, entretanto, que não faria qualquer sentido me exaltar ou demandar que a garota prestasse atenção e fizesse seu trabalho daquela forma. Apenas pegava a chave em mãos e seguia para o segundo andar, onde meu quarto deveria ficar.

Subia os degraus, encontrava um local reservado para esconder minha bagagem, abria as janelas e ignorava por completo o som no quarto do lado. Tudo indicava que meu antigo agente sênior tinha escolhido a dedo o lugar para onde me mandar e acreditava que aquelas atitudes eram qualquer coisa além de um pequeno aborrecimento. Apenas ganhava mais um bando de motivos para retornar a Flevance o mais rápido possível para nosso acerto de contas. O sol que vinha da janela ainda continuava queimando, de certo por ter passado tanto tempo preso em meu quarto no navio, não estava me acostumando aquele sol, mas isso passaria.

Percebia a fome que sentia e todo o tempo que ainda tinha a minha disposição, talvez pudesse aproveitar meus colegas de profissão para me ajudar com direções, mas conhecendo os esforços que os agentes haviam feito, não estranharia caso boatos de minha chegada já tivessem ido aos ouvidos daqueles agentes, também não acharia nada estranho caso tentassem me pregar uma peça. Portanto, fazia como deveria ser feito, saia sozinho do hotel, contando com o quão organizadas eram aquelas ruas para buscar não apenas o Quartel, que seria um de meus próximos destinos, como algum lugar próximo onde pudesse comer.

Controle:

Batoshi fedia. Era diferente do cheiro que havia sentido em Flevance, onde o lixo estava escancarado para todos verem, naquela outra ilha havia um claro descontentamento da população com o Governo era claro o tratamento que os moradores tinham e sua importância quase nula para os figurões do Governo. A rebeldia e a tristeza estava presente nos olhos daqueles homens e mulheres, mesmo que reprimida.

O Arquipélago de Batoshi era diferente. Tudo era perfeitamente organizado e aparentemente limpo. Dizia aparentemente porque tinha absoluta certeza de que meu agente sênior nunca me mandaria a Batoshi se não pensasse que fosse sofrer com isso. Ele queria me dar uma lição, mandar-me para uma ilha onde não existiam criminais era o oposto disso para aquele homem preguiçoso.

Cedo ou tarde saberia o porquê Batoshi fedia daquela forma.

Não era difícil encontrar uma rua onde poderia almoçar e era ainda menos difícil encontrar o quartel general do Governo. Uma estrutura que saltava os olhos, deixando claro o poder que o Governo exercia sobre aquele conjunto de ilhas. Aquela era minha próxima parada, procuraria algum superior ou qualquer outro agente dentro da sede que pudesse me guiar e então me apresentava.

- Sou o Agente Arthur Lawrencer. Cheguei hoje ao arquipélago.

Controle: